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O PESO DE UMA ESCOLHA

  • Foto do escritor: Gabriela Mota
    Gabriela Mota
  • 12 de abr. de 2015
  • 3 min de leitura

Fonte: Wix

Ela centrada, ele agitado. Ela romântica, ele prático. Ela sensível, ele distraído. Natália Barbosa e Matheus Nunes são dois jovens completamente distintos, porém, unidos pelo mesmo propósito, escolheram viver uma relação baseada no diálogo e na castidade. Sexo? Só depois do casamento.


Juntos há quase um ano, o casal brasiliense, ambos com 19 anos, contam que buscar a santidade foi o principal objetivo desde início do namoro. “Quando começamos a namorar tínhamos a pretensão de casarmos virgens, esse propósito ainda faz parte dos nossos planos”, afirma Natália. No tempo em que vivemos é difícil imaginar casais que disponham-se a fazer algo deste tipo, a sociedade acostumou-se com uniões conjugais descartáveis, e relacionamentos sólidos e duradouros são cada vez mais difíceis de encontrar. “As pessoas não acreditam que ainda exista casais virgens, quando alguém pergunta e comentamos, eles nos olham como se estivéssemos mentindo”, conta a jovem.


O cinema e a teledramaturgia mostram a todo o momento a banalização que se tornaram as relações amorosas contemporâneas, as pessoas perderam-se em sua individualidade, e não se interessam mais por as vontades e desejos alheios. O amor transformou-se em moeda de troca, tornando-se proveitoso apenas para quem está confortável com a situação. As pessoas estão embargadas na própria vaidade, e nos privilégios e recompensas que pretendem obter com o relacionamento. Não é difícil encontrar pessoas unidas somente por status, prazer ou comodidade. O diálogo tornou-se algo cada vez mais difícil nas relações.


O início


Conheceram-se nas salas de aula do Centro Universitário de Brasília (UniCEUB), apaixonados por números e cálculos optaram pela Engenharia Civil como profissão, logo tornaram-se grandes amigos, entretanto concordam que nunca houve nada além. O envolvimento mais intenso foi iniciativa de Natália, a menina conta que aos poucos se encantou por ele, e percebeu que aquele carinho e cuidado que ele a proporcionava poderia torna-se algo mais, então se esforçou para conquista-lo.


Por conta do curso os encontros e saídas eram poucos, parecia que não tinham muito tempo para namorar e ficar juntos, porém isto mudou. A relação se solidificou e aproximaram-se mais. Ir aos mesmos lugares e frequentar reuniões de família passou a fazer parte do cotidiano do casal e fortaleceu os laços afetivos.


Nascidos em Brasília, são moradores de distintas cidades satélites do Distrito Federal, ela reside em Taguatinga, ele em Vicente Pires. Ambos criados por famílias tradicionalmente religiosas, sempre buscaram viver o namoro segundo os preceitos da Igreja, embora sigam doutrinas diferentes, ela é evangélica, e ele católico. O que no início foi motivo de conflito entre o casal, principalmente por parte da família. Eles não acreditavam que sujeitos tão diferentes pudessem dar certo, no entanto com o tempo, provaram-lhes o contrário. “Visto que somos de duas religiões diferentes tentamos dividir as coisas, compensar seguindo os dois caminhos, mas como somos humanos, não seguimos tudo como é estabelecido. Saímos, dançamos, porém sem escândalos, buscando não desviar do caminho de Deus”, relata Matheus.


Os jovens reconhecem que a escolha que fizeram apesar de bela, é difícil. E que já passaram por muitas provações ao longo do relacionamento. “Quando estamos apaixonados a intenção é estar juntos, beijar e trocar carícias, mas sabemos que tudo isso envolve muito a sexualidade”. Questionados sobre o que as pessoas de seu ciclo social pensam sobre o assunto, são enfáticos em dizer que os pais e familiares sempre apoiaram a decisão, e a consideram uma iniciativa muito bonita, assim como os amigos mais próximos, que apesar de não compartilharem da mesma ideia, os admiram e incentivam. Contam que estranheza parte de quem não convive ou conhece a fundo o casal.


Muitas pessoas consideram esta uma decisão antiquada, que faz referência aos namoros antigos onde as moças eram cortejadas pelos rapazes, o que praticamente não vemos nos relacionamentos atuais, onde ato de “ficar sem compromisso” predomina na maioria dos casos. Contudo a ideia do namoro cristão vem sendo cada vez mais aceita pelos jovens, pois propõe uma relação que agrade a Deus, exercendo o romantismo de maneira mais profunda e intensa.


Para a Igreja o namoro é o período para conhecer o parceiro, e compartilhar dos momentos bons ou ruins, colocando sempre o casamento como meta final. E acreditam que o envolvimento sexual deva ocorrer somente após o casamento, momento em que o casal será maduro o suficiente, e certo de seus sentimentos e temores. “É uma escolha difícil, mas extremamente abençoada por Deus. Sabemos que quando isso acontece, quando há respeito e amor, a vontade do Senhor prevalece em nossas vidas. E também que se pecarmos de alguma forma e nos arrependermos, Deus é poderoso o suficiente para nos perdoar”, completam os jovens.

*Texto produzido para disciplina do curso de Jornalismo da Universidade Católica de Brasília.

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