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A arte pode se tornar alimento, ou o alimento pode tornar-se arte?

  • Foto do escritor: Gabriela Mota
    Gabriela Mota
  • 20 de out. de 2015
  • 2 min de leitura

Fonte: All Mixed

Cru: Comida, transformação e arte é o nome dado a uma das recentes exposições que estiveram em cartaz no CCBB. De 15 de agosto a 19 de outubro o público pôde ter contato com obras mais de 20 artistas, incluindo nomes internacionais.


De acordo com o Curador da exposição, Marcello Dantas, o objetivo principal das obras é mostrar que a comida tem a possibilidade de atuar como matéria-prima da arte, o que pode representar para muitos um projeto desnecessário, enquanto o número de pessoas que sofrem com problemas como a fome, miséria e desnutrição ainda é evidente.


Obras expostas com o intuito de apodrecerem diante os olhos do público realmente não é algo que agrada a maioria das pessoas, porém é preciso se distanciar de conceitos pré-definidos para entender as razões dos artistas e compreender cada obra.


A Chuva de Laranjas, de Michel Blazy, e a obra - ainda sem título - de Thomas Rentmeister, foram um dos exemplos que mais inquietaram os frequentadores da exposição. A ideia de Blazy de unir laranjas e cola quente, possibilitando que os visitantes caminhem por entre a obra, faz com que o público sinta-se inserido no contexto por ele proposto. Ver e perceber os frutos deteriorassem tão perto nos faz ter uma identificação maior com a instalação.


Os Chips de batata, de Rentmeister, mesmo aos dias finais da exposição ainda exalavam o cheiro de como se estivessem sido feitos há pouco tempo. A obra composta por não menos que 900 quilos de batata causou estranheza e deixou a desejar na explicação de seu criador, tornando-se assim dispensável.


As obras que podem ser consideradas as melhores elaboradas de toda a Mostra, têm algo em comum, a mesa. Porém encontram-se em situações completamente distintas. A obra Carência, de Gabriel Pellecer, faz alusão à fome, nos faz repensar qual o valor daquilo que comemos. A partir do momento em que o público se encontra frente à mesa com talheres partidos, pratos e copos sem fundo e cadeiras sem assento, levanta-se um questionamento sobre o quanto somos acomodados, e estamos anestesiados pelo cotidiano.


A Série Sevilha n° 3 é um dos trabalhos do Romeno Daniel Spoerri, que usa também a mesa como protagonista em sua obra, que tem o objetivo de retratar o ato da refeição. Em uma espécie de fotografia 3D os objetos foram colados à mesa exatamente como haviam sido postos anteriormente, pois acreditem ou não, este trabalho é resultado de uma refeição que aconteceu de verdade no ano de 1991, na Romênia.


Não se pode negar que a exposição foi criada para despertar as mais diversas sensações, sejam elas agradáveis ou não.

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